quarta-feira, 6 de abril de 2011

Vem

E assim foi no dia 6 de Abril que aconteceu o que este blog já preconizava em post anteriores como uma certeza constantemente adiada. Após uma colocação de dívida completamente catastrófica onde Portugal colocou no mercado 1 005 milhões a uma taxa que compromete efetivamente a já pouca saúde das finanças públicas Portugal viu-se obrigado a pedir ajuda financeira externa. Recorde-se que foram colocados a 12 meses 455 milhões de euros a 5,902%, e mais 550 milhões de euros a 6 meses. Neste prazo a taxa efetiva foi de 5,117%. Este valor apesar de altíssimo e incomportável esteve muito abaixo do praticado no mercado secundário onde a taxa ronda a dezena percentual. A contribuir para estes valores estiveram a aquisição de dívida pública por parte de bancos nacionais e de entidades públicas como o Fundo de Segurança Social que tem intensificado a compra de dívida nacional. Aliás, considero esta compra de dívida por parte da FSS como bastante discutível mas deixo a explanação da minha opinião para post futuro.

Mas, o que interessa é que o Estado Português encetou o recurso à ajuda externa. E este acontecimento pode ser considerado como a maior derrota do Governo Socialista. Aliás, se antes considerava necessário o FMI entrar em Portugal houve momentos em que pensei que nos safaríamos sozinhos. E, José Sócrates morre à beira da praia. Arriscamos pensando que sozinhos conseguiríamos resolver todos os problemas de financiamento. Mas o resultado final é muito pior do que se tivéssemos recorrido ao FMI logo em Dezembro ou Janeiro. Teremos que assumir os os sucessivos pagamentos de dívida entretanto ocorridos com taxas a rondar os 6 pontos percentuais. Recorde-se que uma taxa acessível a Portugal rondaria entre os 2.5% e os 3%. E, agora para além da fama pouco abonatória que ganhamos nas praças financeiras internacionais teremos que aguardar impacientemente pelas contrapartidas que o recurso à ajuda externa resultará. Não vai ser nada fácil e encontro-me bastante receoso para o futuro. Só para alertar os blogueiros relembro que o FMI na Grécia começou por cortar nos salários, reestruturar as pensões, efetuar uma reforma fiscal e um plano de privatizações. Os subsídios de Natal e férias também foram cortados nos rendimentos mais elevados e reduzidos nos menores. Para além disso, congelou os ordenados dos funcionários públicos e despediu os funcionários a contrato.

Enfim, aguardamos o que se define para Portugal...


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