O Banco Central Europeu aumentou em 0.25 pontos percentuais a taxa de juro referência da zona Euro. Passámos assim do mínimo histórico de 1% para 1.25%. O problema é que este parece ser o início de um ciclo de subidas desta taxa diretora que se prevê durar até final de 2012. Aliás, vários analistas estimam que até ao final de 2011 a subida possa traduzir-se num aumento da taxa para valores a variar entre os 1.5% e os 2%. O presidente do BCE, Jean Claude Trichet, afirmou que esta subida tem como objetivo controlar o ciclo inflacionista que assola a zona Euro.
Excelente notícia para as poupanças que assim vêem os seus juros remuneratórios a subirem, mas péssima notícia para a economia em geral. Os empréstimos para as empresas e particulares ficarão muito mais caros resultando numa maior dificuldade no cumprimento das obrigações. O crédito à habitação (que representa, em Portugal, a maior fatia do crédito concedido a particulares) consumirá uma parte muito maior do rendimento disponível das famílias. E, por último, o euro valorizar-se-á face às outras moedas tornando as exportações portuguesas mais caras e penalizando o ritmo de crescimento que estas transações estavam a ter nos últimos meses.
Na faculdade aprendemos que quando existe uma subida geral de preços é necessário subir as taxas de juro tornando, assim, o dinheiro mais caro. Deste modo, as pessoas poupam mais porque os depósitos ficam mais atrativos e gastam menos. Menos gasto, menos procura, maior oferta, logo preços a descer. Nota-se que os economistas do BCE aprenderam bem a lição. Mas terão pensado, que com estes valores estão a comprometer a retoma económica dos países mundiais?Que poderão amplificar a recessão que se verifica em países como Portugal? Que milhares de famílias passarão grandes dificuldades? E pior ainda... que até esta política poderá ter o efeito contrário e resultar num aumento da inflação? Como? Simples! Historicamente associado ao aumento do valor do euro está o aumento no mesmo sentido do valor do petróleo. Com o aumento do petróleo todos os bens e serviços terão custos de produção mais elevados. Deste modo, alguém ficará a perder. Ou produtores que para escoar produtos ou serviços verão as suas margens mitigadas. Ou então consumidores que pagarão ainda mais pelos bens que supostamente deveriam ter visto o seu valor descer. Não vai ser fácil não...
Caro autor,
ResponderEliminarNão são 25 pontos percentuais!!! São 0,25 pontos percentuais, caso contrário a taxa teria passado para 26%!!!
Estimado leitor,
ResponderEliminarrealmente tem razão. Esperemos nunca chegar nem a metade desse valor que estaríamos todos a pedir na igreja.
Obrigado.