terça-feira, 29 de março de 2011


Hoje, as agências de rating voltaram a atacar em força. Em particular, a Standard Poors que voltou pela segunda vez em cinco dias a cortar o rating da dívida portuguesa. Esta passou de uma classificação de BBB para BBB-. Para os menos familiarizados com este ranking esta notação é baseada numa escala alfabética onde são classificados em termos de risco diversos ativos, instituições e mais distintos instrumentos financeiros. Assim, a um ativo com pouco risco é atribuido o ranking de AAA ao passo que um ativo é considerado como lixo a partir do CCC. Assim podemos ver que Portugal está a um pequeno passo de ser considerado como lixo. Deste modo, os juros da dívida pública vão aumentar para valores totalmente incomportáveis. Aliás, com uma notação de CCC a questão poderá ser não a taxa a que a dívida é colocada mas sim se conseguimos colocar a dívida.


Também, uma importante instituição financeira portuguesa, Millenium BCP viu o seu rating ser cortado passar de BBB+ para BBB-. Deste modo, os seus acionistas viram-se obrigados a aprovar um aumento de capital no valor de 1,12 mil milhões de euros de forma a combater este rating e também devido à proximidade dos stress tests.


Enfim, penso que estamos a atingir o pico da crise que já tanto se fala há dois anos para cá.

domingo, 27 de março de 2011

FMI cada vez mais perto


Se com a crise política instalada na semana que passou o recorrer à ajuda externa ficou mais perto hoje com a notícia publicada hoje no Sunday Times não tenho a mínima dúvida que o FMI desembarcará muito brevemente numa praia lusitana.


O Sunday Times publicou hoje que os bancos por essa Europa fora estão a fazer de tudo para desfazerem-se dos títulos de dívida pública portuguesa. Este sell-off repentino prende-se com os stress tests que a banca europeia tem de realizar periodicamente. Isto acontece, porque segundo aquele jornal os titulos portugueses sujeitariam os bancos europeus a uma perda de 19,8% na pior simulação de cenário macroeconómico. Esta perda é superior à da dívida Irlandesa (19,1%) e à da divida grega (17,1%).


Esta situação dá bem conta do cenário periclitante que estamos a viver e de certeza que iremos assistir esta semana à escalada dos juros da dívida pública. A grande questão colocada no ar é se conseguiremos "sobreviver" à próxima emissão de dívida pública. Apesar de tudo, estamos perante uma altura excelente para os investidores dado que na sexta feira passada os juros das OT´s (obrigações do tesouro) atingiram novos máximos em todas as maturidades.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Já está!

E eis que se confirma o que já muitos vaticinavam. O PEC IV foi chumbado e José Sócrates demitiu-se.
Responsabilizo o governo PS pelo estado a que chegou o nosso país. Mas o que é certó é que neste momento as únicas medidas para tirar o nosso país do fosse eram as que estavam a ser tomadas. Infelizmente, os partidos da oposição e os deputados que representam o povo na assembleia da républica quiseram afundar o nosso país. Amanhã os mercados já mostrarão a Portugal o que estes irresponsáveis fizeram. Desde quando deputados a ganhar 3500 euros mensais representam o povo. Para eles tanto faz que estejamos em crise. O máximo que podem perder é passar de 3500 para 3000. Enfim!

terça-feira, 22 de março de 2011

Que encruzilhada!


A crise da dívida pública na Europa está a ter reflexos nas praças mundiais. Por exemplo, Wall street fechou a desvalorizar. O câmbio Euro/Dólar também estava a desvalorizar à data da escrita deste post cerca de 0,11% após três dias de valorização constante.


A contribuir de forma determinante para esta incerteza está a situação política do nosso país. Efetivamente, encontramo-nos à beira do precipício. Ora, se amanhã os partidos da oposição vetarem o PEC IV e Sócrates cumprir o que disse teremos eleições antecipadas. Verificando-se esta situação está dada carta branca para o que este blog já determinava como sendo inevitável: a entrada do FMI em Portugal. Isto, porque os mercados reagirão muito mal à crise política e colocarão a taxa a que Portugal se financia a níveis completamente incomportáveis ( na minha opinião já estão nesses níveis há dois meses!!!). Mas a grande questão da ajuda externa é que esta não é sinónimo de taxas de juro mais baixas. Aliás, tendo em conta o que aconteceu na Irlanda e na Grécia as taxas de juro da dívida pública não baixaram e colocaram os países em causa completamente amarrados a decisões externas e numa crise social profunda. E, se o PSD quer eleições antecipadas não quererá de certeza governar sob a batuta de analistas e economistas estrangeiros a dizer o que devem ou não fazer. Então, isto está um espetáculo. Ora vejamos, se o PEC for aprovado existe por parte da oposição uma total submissão à vontade e desvontade de José Sócrates. Se não o for a oposição também sabe que se formar governo este será governado por políticas estrangeiras limitando-se a ser umas marionetas. Que encruzilhada!!!

quarta-feira, 16 de março de 2011

Não havia necessidade

Como se esperava a crise nuclear resultante do terramoto ocorrido no Japão, seguido de um tsunami está a afetar seriamente o comportamento dos mercados mundiais. A bolsa Japonesa viu o indice Nikkei descer 5% na segunda feira prolongando-se também pela terça feira. Neste dia a bolsa nipónica chegou a desvalorizar 11% conseguindo recuperar no final da tarde. Ou seja, em termos puramente especulatórios uma posição curta no domingo em todos os ativos negociados teria sido uma excelente orientação de negócio. Aliás, continuo a considerar esta opção bastante interessante.


Ainda hoje, o Comissário Europeu para a Energia, Guenther Oettinger (personalidade da fotografia), incendiou os mercados ao afirmar no início da tarde que a central nuclear de Fukushima está fora de controlo e que poderia ocorrer uma catástrofe nas horas que se seguiam. Ora, ao dizer isto os mercados entraram em queda acentuada com o indíce industrial de Dow Jones a cair 2,04% e o S&P500 a variar negativamente 1,89% retomando os valores de Dezembro passado. Lá se foi a recuperação que o S&P vinha empreendendo de forma consistente.


Discordo fortemente desta atitudo do Comissariado Europeu deixando no ar a suspeição quanto a manipulação do mercado. Sendo o Inside trading proibido não será esta prática de altas patentes internacionais aparecerem em público com declarações apocalípticas uma forma de influenciar os movimentos dos ativos financeiros. Guenther Oettinger disse o que toda a gente desconfia pois ainda hoje um helicóptero não conseguiu derramar água no reator 4 devido à fortíssima radioatividade que se verificava. No entanto, uma declaração oficial tem sempre um efeito efetivo nos mercados quando comparados com simples desconfianças dos investidores. Quem diz que o próprio comissário não terá investimentos financeiros em que beneficia de descidas acentuadas. Ou mesmo a própria União Europeia não beneficiará de posições curtas em certos Fundos. Mas, o mercado é mesmo assim e teremos que conviver com estas atitudes completamente descabidas de substância e tempo. Enfim, como diria um diácono:


Não havia necessidade

domingo, 13 de março de 2011

Ganbatte kudasai Japão


O terrível desastre natural que na semana passada arrasou o Japão veio pôr em check toda a retoma económica que aquele país indiciava. O leading index nipónico ( indicador americano que tenta prever o futuro da economia de um país) apresentava-se em subida pelo quarto mês consecutivo ao passo que as falências de empresas desciam. O indice de produção industrial fortalecia-se em cerca de 1%/mês desde Novembro. O setor terciário apresentava um crescimento de 1,4% contribuindo para o terceiro mês consecutivo a subir dando claros sinais que aquela indústria acompanhava os outros setores fortalecendo-se de forma consistente. E mais importante de todos os indicadores era o sentimento que corria entre os japoneses de que a retoma económica era possível. Perante todo este cenário o Banco do Japão havia decidido adotar uma política monetária mais restrita que como sabem serve para diminuir a quantidade de moeda em circulação e deste modo evitar a escalada de preços que poderia advir destes bons indicadores.


No entanto, a Natureza mostrou mais uma vez que nada pode ser tomado como garantido e que quando intervem nada nem ninguém a pode parar. E se o Banco do Japão optava na semana passada por uma política de aparente sucesso restringindo o montante de moeda em circulação eis que hoje, domingo 13, o Banco Central Nipónico anuncia que amanhã irá injetar no mercado entre 17,5 a 26,3 mil milhões de euros no sistema bancário. Este valor é cerca de 3 vezes superior ao normal e destina-se a travar os especuladores. Isto acontece porque naturalmente podemos assistir a verdadeiras depreciações massivas de empresas cotadas na bolsa de valores de Tóquio, à descida do Nikkei, à descida do valor do Yen... Aliás hoje o ministro das economia Japonês, Kaoru Yosano, anunciou que o Governo irá estar atento aos movimentos do mercado logo na abertura e irá combater os fortes movimentos especulativos que se irão verificar. Também está previsto uma coordenação mais próxima do que é normal entre o Banco Central do Japão e o Governo deste mesmo país com o intuito de enfrentar o impacto no sistema financeiro. Esperamos que o consiga e que o país do Sol Nascente consiga reerguer-se desta desgraça a que nenhum país no Mundo está imune.


Ganbatte Kudasai Japão ( em português: Boa Sorte Japão)


quarta-feira, 9 de março de 2011

Até quando?


Hoje mais uma vez o Estado Português emitiu titulos de divida pública. A expetativa era muita acerca da taxa a que seria colocada pois às 9 horas a mesma divida estava a ser negociada nos 7,8%. Muito acima daquela barreira psicológica colocada por Teixeira dos Santos há uns meses de 7%. Aliás, o ministro afirmava que quando Portugal estivesse com os juros acima desse valor seria necessário pedir ajuda externa ao FMI e União Europeia. Tal não se verificou e hoje já encaramos como normais tais taxas de juro. No entanto, e como já afirmei em post publicado anteriormente penso que a ajuda externa será mais tarde ou mais cedo inevitável. Senão vejamos, em Setembro de 2010 Portugal colocou dívida ao preço de aproximadamente 4,1%. Já nessa altura dizia-se que eram valores incomportáveis a longo prazo. Hoje, conseguiu financiar-se a cerca de 5,9%. O que dizer então desta percentagem! Aliás o próprio Secretário de Estado do Tesouro, Costa Pina, afirmou à agência Reuters que a taxa de hoje serve para o presente mas a longo prazo é insustentável. Então qual é o plano que temos para contornar esta situação? Objetivamente não vejo nenhum a não ser apertar o cinto ainda muito mais... Para mim a solução prende-se com a possibilidade de flexibilização do Fundo Europeu de Estabilização Financeira onde Portugal poderia financiar-se a taxas mais acessiveis sem se comprometer com qualquer organismo. Enfim, até quando esta situação?

sábado, 5 de março de 2011

Risco - Elevado


Mesmo após os bons indicadores que o mercado de trabalho deu nos EUA o dólar não conseguiu ganhar força e seguir para um rally ascendente. Assim, assistimos à subida do euro face ao dólar e demais moedas. A contribuir para este movimento por parte da moeda europeia este a declaração por parte do presidente do Banco Central Europeu de que talvez no próximo mês de Abril poderá ter de subir as taxas de juro de referência. Por outro lado, Ben Bernanke afirmou que a Reserva Federal Norte Americana não irá alterar tão cedo as taxas de juro. Deste modo, o euro ultrapassou a barreira de resistência dos 1,40 euros face ao dólar tornando-se no maior valor desde Novembro de 2009. Encontramo-nos num período de grande volatilidade e instabilidade o que não permite de todo deslindar um movimento com um grau de certeza razoável.
Grau de risco - Elevadíssimo

quarta-feira, 2 de março de 2011

EUA a renascer


Depois da agonia e asfixia que o mercado laboral norte americano sofreu nos últimos dois anos foram divulgados hoje dados que apontam para a criação de mais de 200 mil postos de trabalho em Fevereiro nos EUA. Trata-se de um número bastante razoável para a contratação das empresas privadas e dá bons indicios de que aquele país está a renascer economicamente. E se dúvidas houvessem no mesmo dia o famoso "Livro Bege" da Reserva Federal Norte Americana divulgou que " (...) as condições do mercado de trabalho continuaram a melhorar modestamente, com todos os Estados a reportarem algum grau de progresso.".


Estes dados económicos permitiram assim controlar a forte subida do preço de petróleo que estava a verificar-se nos mercados financeiros e ao mesmo tempo possibilitar muitas bolsas mundiais encerrar em terreno positivo. No entanto, o receio que a escalada do preço do ouro negro impeça a recuperação da maior economia do mundo continua a pairar no ar apesar de Ben Bernanke (presidente da Reserva Federal) afirmar que tal não se irá verificar.


O curioso destes indicadores e que vem mais uma vez provar que os mercados são irracionais é que o par EUR/USD manteve-se acima dos 1.38. Movimentos similares em Janeiro possibilitaram a descida deste para abrutamente. E agora tal não acontece. Ou poderá acontecer? Só o tempo dirá...

Número total de visualizações de páginas

14468