segunda-feira, 13 de junho de 2011

Que futuro?


Que posição assumir no mercado de capitais relativamente às ações do Millennium BCP é uma questão que nos últimos dias tem pairado no ar! Esta incógnita prende-se com a super desvalorização que os títulos deste banco sofreram nos últimos dias atingindo valores historicamente baixos (0,43 por ação!!!). Perante este cenário parece-nos evidente que, tendo em conta o historial da instituição bancária, a posição longa é uma excelente medida de investimento. No entanto, poderá não ser necessariamente assim!

A vida não está fácil para os bancos portugueses no geral e para o BCP em particular. Com o aumento de capital realizado recentemente soube-se que ficou com mais de 175 mil acionistas, e que o seu rácio de capital mais exigente (Core Tier 1) ficou nos 8,8%. No entanto, o objetivo para este ano ainda não está cumprido porque o FMI exige que as instituições bancárias atinjam no final de 2011 os 9% no Core Tier 1!!! Ainda hoje o CEO do BCP, Carlos Ferreira, declarou que de tudo fará para atingir este patamar sem ser necessário realizar aumentos de capital ou recorrer a capitais públicos. Acredito que apesar de difícil conseguirá. Contudo, a missão assumirá contornos absolutamente herculeanos no próximo ano. Isto acontece porque a Troika definiu como necessário os bancos portugueses atingirem os 10% de rácio de capital mais exigente no final de 2012. E, segundo a Independent Credit View, o BCP necessitará cerca de 1 a 1,4 mil milhões de euros para atingir este nível. Coisa pouca não! Se não será com novo reforço de capital como será? Presume-se que irá recorrer aos 12 mil milhões do pacote de ajuda financeira que estão reservados para o setor financeiro.

Os próximos 2 anos serão um teste de fogo aos Bancos Portugueses que terão de arranjar forma de cumprir requisitos de capital mínimo num ambiente totalmente adverso à prossecução deste mesmo objetivo. Tudo o que acontecer neste espaço temporal será determinante para o valor em bolsa do BCP pelo que a atrativa posição longa que falávamos acima poderá não o ser assim tanto. Veremos...


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